Garantir periodicamente o controle das pragas, doenças e plantas daninhas é fundamental para o produtor rural que deseja assegurar a quantidade e qualidade dos alimentos, fibras e produção de matéria prima para a geração de energia na agricultura.
Caso esse controle seja realizado sem os devidos cuidados, a quantidade de produtos estimados na colheita pode não chegar nem na metade.Por isso, é importante que as propriedades agrícolas adotem boas práticas de controle da qualidade das aplicações de defensivos. Para isso acontecer, produtores e técnicos precisam saber exatamente o que mais afeta a qualidade dessas operações.
O pulverizador é usado em várias etapas do ciclo produtivo: são herbicidas, inseticidas, fungicidas, fertilizantes, enfim, uma grande gama de insumos responsáveis por grande parte do sucesso dos cultivos. Mas, quando não se tomam as precauções necessárias, ele pode comprometer resultados e elevar custos.
Assim como qualquer outro equipamento agrícola, o pulverizador exige alguns cuidados básicos com a manutenção para que ele funcione de maneira correta.
Considerando esses aspectos, separamos alguns cuidados importantes na hora da pulverização que podem garantir uma maior eficácia e reduzir a contaminação ambiental. Acompanhe os tópicos abaixo e veja no que você deve prestar atenção.
Manutenção preventiva
A manutenção deve ser preventiva, para garantir que os equipamentos estão em perfeitas condições para o momento da pulverização, evitando alguns problemas de última hora.
Realizar essa manutenção é muito importante, principalmente quando o pulverizador fica parado por um longo tempo, pois nesse caso é comum haver ressecamentos, rachaduras em mangueiras, peças desgastadas, entre outros problemas. Podem parecer simples, mas pequenos problemas como estes podem causar uma grande dor de cabeça para o produtor rural na hora de pulverizar. Normalmente, o manual do equipamento detalha o que precisa ser observado durante a manutenção preventiva.
É necessário estar sempre atento ao agendamento e controle dessas manutenções e assegurar que elas sejam realizadas nas datas previstas. Na safra, as pulverizações devem ser realizadas em momentos específicos durante o cultivo, e adiar essa pulverização por conta de um equipamento com defeito muitas vezes não é uma opção. Por isso, todos os equipamentos necessários devem estar em perfeitas condições antes do seu uso.
Antes da aplicação
A chamada calda, que é uma mistura de água com o agrotóxico, é um processo importantíssimo para a pulverização. Essa calda pode ser preparada diretamente no tanque ou por meio de uma pré-diluição. É essencial que quem irá manusear esses produtos, leia atentamente as informações do fabricante antes de preparar o material para não cometer erros que comprometam o processo de pulverização ou prejudiquem o solo. Apenas a quantidade necessária para aquela aplicação deve ser preparada.
Hoje em dia, as informações do agrotóxico utilizado na calda também podem ser fornecidas por meio de um software que armazena todos os dados sobre o produto, como ingredientes ativos, doses, restrições, manejo e aplicação.
O outro passo importante é a calibragem e a regulagem. Para uma boa calibragem, é preciso prestar atenção nos componentes corretos, como bicos, filtro, agitadores e manômetros. Pois esses serão responsáveis pelo bom funcionamento do pulverizador e vão assegurar uma aplicação mais segura.
No momento da calibragem são verificados os equipamentos, se estão atendendo ao que foi regulado e se foram feitos ajustes finos na pressão para deixá-los pronto para o uso. Nessa fase, é indicado instalar um manômetro para verificar a uniformidade da pressão das barras de pulverização.
Já a regulagem prepara o equipamento para atender a uma determinada necessidade, como por exemplo, a escolha das pontas, a adequação do espaçamento entre bicos, o volume de calda a ser aplicado, entre outros.
Se o pulverizador está bem regulado e calibrado, não há motivos para a aplicação não ser bem sucedida. Porém, se isso não acontecer, o desempenho dos produtos e a produtividade da cultura podem diminuir consideravelmente.
Durante a aplicação
No momento da aplicação, é importante que todo o aplicador utilize os EPIs indicados pelo agrônomo, conforme detalhado no receituário agronômico.
Sobre boas práticas, os melhores horários para realizar a pulverização garantindo um bom desempenho do aplicador, são o início da manhã e o final da tarde, períodos em que o sol não está muito forte. É importante também que esse aplicador não fique contra o vento para não receber a nuvem do agente.
A pulverização nunca deve ser realizada quando estiver chovendo, pois o agrotóxico perde eficiência e só irá contaminar o meio ambiente. É importante ressaltar que uma boa hidratação antes e depois da pulverização também é essencial para uma boa produtividade.
Já nas aplicações áreas, o cuidado deve ser redobrado e as orientações do receituário agronômico devem ser seguidas ao pé da letra.
Armazenagem e descarte
Independente da quantidade, o agrotóxico destinado ao processo de pulverização deve ser armazenado de forma segura, seguindo algumas regras, como:
Ao final da aplicação, as embalagens dos produtos utilizados devem ser colocadas dentro de sacolas de resgate e enviadas ao revendedor.
Já nas embalagens de galão, é imprescindível fazer a tríplice lavagem e a inutilização das embalagens, após a utilização dos produtos, não permitindo que possam ser utilizadas para outros fins. Depois, também devem ser transportadas ao lojista, para que estes façam o descarte correto. A embalagem de agrotóxico nunca deve ser reutilizada para qualquer uso.
O local onde essas embalagens devem ser entregues, precisa estar identificado na nota fiscal eletrônica e no receituário agronômico do produto.
Esteja sempre atento a legislação para o descarte de embalagens.